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terça-feira, 27 de novembro de 2007

:: O Velho e o Menino ::

Sullivan e Massadas cantam em Dê uma chance ao coração que.. no velho e no menino vem a força do destino".

Quando Brasil de Pelotas, o Xavante, foi vice campeão do RS em 1983, lembro que ainda trabalhava na Gaúcha e fui a Pelotas para o jogo contra o Juventude, treinado pelo amado Daltro Menezes.

domingo de manhã, Tourist Hotel, á beira da barragem, concentração do Brasil, pede-me o Felipão que fizesse uma conversa com os jogadores. Disse: "gordo fala prá eles do que representa este jogo para a torcida xavante."

Momentos depois surge na estrada uma buzinadêra louca, gente de carro, a pé, de caminhão, motos e bicicletas. Nas bicicletas um veterano de 7o anos, remanescente da velha torcida Negrinhos da Estação e o neto de 8 anos.

Deu o estalo. Chamei os dois para a conversa com os jogadores.

A palestra começa com o depoimento emocionado do velhinho e ás lagrimas do menino. O velho conta sua história com o Brasil, o menino chorando diz que é só xavante. Nem Grêmio, nem Inter e lá fora foguetes, gritos, cantoria. No salão, pego o gancho dos dois e falo emocionado do que é o Brasil. Termino a conversa e choram os jogadores.

O Brasil ganhou e no final do jogo o Daltro dizia: "perdi para o Felipão e para o gordo Garcia que fizeram deste um time de leões. Ninguém ganhava do Brasil hoje."

Muitos anos depois, tentei repetir o feito na véspera do jogo contra o Gremio. Tomamos seis e encerrei minha carreira. Não percebi que ninguém chorou. Só eu.

Assisti aquilo da cabine da Guaíba comentando o jogo, triste. E lá atras ficou a amizade com o Felipão, da qual nos orgulhamos.

João Garcia - JG